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terça-feira, 27 de novembro de 2007

O significado do Natal

Hoje em dia algumas datas perderam seu significado principal ou original, e uma delas, infelizmente, tem sido o Natal.

Quando vai chegando essa época do ano as pessoas vão tirando suas economias para a compra de presentes para seus familiares e amigos, as mães vão dizendo (ou melhor iludindo) seus filhos com histórias de papai Noel, montam-se árvores, guirlandas, ceia, peru, viagem, etc, tudo tem de ser planejado, mas e o Natal, onde entra nessa história e o verdadeiro significado dele será que realmente está sendo comemorado?


Natal” é uma palavra comum e de significado simples, vem do latim “natale” que é “relativo ao nascimento” como podemos perceber do tratamento dado a mulher antes do parto: o “pré-natal”. Se natal é relativo ao nascimento, de quem é o nascimento? Vamos ao inglês: “Merry Christmas”. Diferente do português essa expressão fala mais sobre a data. “Merry” significa “Full of high-spirited gaiety; jolly” já “Christmas” é a junção de duas palavras “Christ” e “Mas” que significam respectivamente Cristo e “mas” é relativo à celebração religiosa é daí que vem a palavra “missa”. Ao pé da letra ficaria algo como “Feliz Celebração a Cristo” ou algo assim.

Correto, vamos celebrar o nascimento de Cristo, mas o que isso significa para você, para mim e para toda a humanidade?

O nascimento de Cristo vem sendo algo esperado a milênios pelos judeus e anunciada na Tanakh ou Tanach (equivalente ao Antigo Testamento cristão) desde o primeiro livro o Bereshit (livro de Genesis) quando diz que a “semente” da mulher vai pisar a cabeça da serpente (Gn 3:15).

O significado da sua vinda pode ser vista pela passagem de Is 7:14 “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel”. Emanuel significa “Deus conosco” isso nos fala que Deus veio até nós, seu nascimento é justamente esse maravilhoso fato, Deus habitando conosco. Jesus veio para os “seus” e eles não o receberam, mas a todos os que o receberem deu o direito de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome (Jo 1:11-12).

E você? Está deixando Deus habitar na sua vida? Você recebeu Jesus ou está esperando papai Noel? Este Natal você está preocupado em tão preocupado em receber tanta gente e está deixando o nosso Senhor em segundo ou terceiro plano?

O Natal meus amados antes de uma confraternização entre irmãos é uma celebração que comemora o Emanuel, o Deus conosco, que nos ajuda, nos cura, alegra, ampara, aconselha e principalmente nos salva. E se em você ainda não aconteceu o genuíno Natal, aconselho abra a porta do teu coração e ele verdadeiramente irá habitar convosco (Ap 3:20).


Que Deus os Abençoe.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Dicas de Saúde - Alimentação de crianças (a pedido)

A alimentação e a nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Mais do que isso: são direitos humanos fundamentais, pois representam a base da própria vida. Conheça os dez passos da alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos:

-Passo 1:

dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos;

-Passo 2:

a partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;

-Passo 3:

a partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia se a criança receber leite materno e cinco vezes ao dia, se já tiver desmamado;

-Passo 4:

a alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança;

- Passo 5:

a alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; deve começar com consistência pastosa (papas, purês) e, gradativamente, deve ter sua consistência aumentada, até chegar à alimentação da família;

-Passo 6:

oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida;

-Passo 7:

estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;

-Passo 8:

evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;

-Passo 9:

cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados;

-Passo 10:

estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Fonte: Ministério da Saúde.
http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/91alimenta_crianca.html

O que nós esquecemos diz mais do que o que nós lembramos (um caso de Freud)

No verão passado - também durante uma viagem de férias -. renovei meu contato com um jovem de formação acadêmica, que logo constatei estar familiarizado com algumas de minhas publicações psicológicas. Nossa conversa recaiu - já não me lembro como - sobre a situação social da raça a que ambos pertencemos, e ele, impelido pela ambição, passou a lamentar-se por sua geração estar condenada à atrofia (segundo sua expressão), não podendo desenvolver seus talentos ou satisfazer suas necessidades. Concluiu seu discurso, de tom apaixonado, com o célebre verso de Virgílio em que a infeliz Dido confia à posteridade sua vingança de Enéias: “Exoriare…” Melhor dizendo, ele quis concluí-lo desse modo, pois não conseguiu fazer a citação e tentou esconder uma evidente lacuna em sua lembrança trocando a ordem das palavras: “Exoriar(e) ex nostris ossibus ultor.’’ Por fim, disse, irritado: “Por favor, não me faça essa cara tão zombeteira, como se se estivesse comprazendo com meu embaraço, mas antes me ajude! Falta alguma coisa no verso. Como é mesmo que diz, completo?”

“Ajudarei com prazer”, respondi, e dei-lhe a citação correta: “Exoriar(e) ALIQUIS nostris ex ossibus ultor.”

“Que tolice, esquecer essa palavra! Por falar nisso, o senhor diz que nunca se esquece nada sem uma razão. Gostaria muito de saber como foi que esqueci esse pronome indefinido, ‘aliquis‘.”

Aceitei o desafio prontamente, na esperança de conseguir uma contribuição para minha coleção. Disse-lhe, pois:

-Isso não nos deve tomar muito tempo. Só tenho que lhe pedir que me diga, sinceramente e sem nenhuma crítica, tudo o que lhe ocorre enquanto estiver dirigindo, sem nenhuma intenção definida, sua atenção para a palavra esquecida.

-“Certo; então me ocorre a idéia ridícula de dividir a palavra assim: a e liquis.”

-O que quer dizer isso?

-“Não sei.” - E o que mais lhe ocorre? - “Isso continua assim: Reliquien [relíquias], liquefazer, fluidez, fluido. O senhor já descobriu alguma coisa?”

-Não, ainda não. Mas continue.

-“Estou pensando” - prosseguiu ele com um sorriso irônico - “em Simão de Trento, cujas relíquias vi há dois anos numa igreja de Trento. Estou pensando na acusação de sacrifícios de sangue que agora está sendo lançada de novo contra os judeus, e no livro de Kleinpaul [1892], que vê em todas essas supostas vítimas reencarnações, reedições, por assim dizer, do Salvador.”

-Essa idéia não está inteiramente desligada do tema de nossa conversa antes que lhe escapasse da memória a palavra latina.

-“Exato. Estou pensando ainda num artigo que li recentemente num jornal italiano. Acho que o título era ‘O que diz Santo Agostinho sobre as mulheres’. Que entende o senhor com isso?”

-Estou esperando.

-“Pois agora vem algo que por certo não tem nenhuma ligação com o nosso tema.”

-Por favor, peço-lhe que se abstenha de qualquer crítica e…

-“Sim, já sei. Lembro-me de um magnífico senhor idoso que encontrei numa de minhas viagens na semana passada. Ele era realmente original. Parecia uma enorme ave de rapina. Chamava-se Benedito, se isso lhe interessa.”

-Bem, pelo menos temos uma seqüência de santos e padres da Igreja: São Simão, Santo Agostinho, São Benedito. Acho que havia um padre da Igreja chamado Orígenes. Além disso, três desses nomes são também prenomes, como Paul [Paulo] em Kleinpaul.

-“Agora o que me ocorre é São Januário e o milagre de seu sangue - parece que meus pensamentos avançam mecanicamente.”

-Deixe estar; São Januário e Santo Agostinho têm a ver, ambos, com o calendário. Mas que tal me ajudar a lembrar do milagre do sangue?

-“O senhor com certeza já ouviu falar nisso! O sangue de São Januário fica guardado num pequeno frasco, numa igreja de Nápoles, e num determinado dia santo ele se liquefaz milagrosamente. O povo dá muita importância a esse milagre e fica muito agitado quando há algum atraso, como aconteceu, certa vez, na época em que os franceses ocupavam a cidade. Então, o general comandante - ou será que estou enganado? será que foi Garibaldi? - chamou o padre de lado e, com um gesto inequívoco na direção dos soldados a postos do lado de fora, deu-lhe a entender que esperava que o milagre acontecesse bem depressa. E, de fato, o milagre ocorreu…”

-Bem, continue. Por que está hesitando?

-“É que agora realmente me ocorreu uma coisa… mas é íntima demais para ser comunicada… Além disso, não vejo nenhuma ligação nem qualquer necessidade de contá-lo”.

-Pode deixar a ligação por minha conta. É claro que não posso forçá-lo a falar sobre uma coisa que lhe seja desagradável; mas então não queira saber de mim como foi que se esqueceu da palavra aliquis.

-“Realmente? O senhor acha? Pois bem, é que de repente pensei numa dama de quem eu poderia receber uma notícia que seria bastante desagradável para nós dois.”

-Que as regras dela não vieram?

-“Como conseguiu adivinhar isso?”

-Já não é difícil. Você preparou bem o terreno. Pense nos santos do calendário, no sangue que começa a fluir num dia determinado, na perturbação quando esse acontecimento não se dá, na clara ameaça de que o milagre tem que se realizar, se não… Na verdade, você usou o milagre de São Januário para criar uma esplêndida alusão às regras das mulheres.

-“Sem me dar conta disso. E o senhor realmente acha que foi essa expectativa angustiada que me deixou impossibilitado de reproduzir uma palavra tão insignificante como aliquis?”

-Parece-me inegável. Basta lembrar sua divisão em a-liquis, e suas associações: relíquias, liquefazer, fluido. São Simão foi sacrificado quando criança; devo continuar, e mostrar como ele entra nesse contexto? O senhor pensou nele partindo do tema das relíquias.

-‘’Não, prefiro que não faça isso. Espero que o senhor não leve muito a sério esses meus pensamentos, se é que realmente os tive. Em troca, quero confessar que a dama é italiana e que estive em Nápoles com ela. Mas será que tudo isso não é apenas obra do acaso?”

-Tenho que deixar a seu critério decidir se todas essas relações podem ser explicadas pela suposição de que são obra do acaso. Posso dizer-lhe, no entanto, que qualquer caso semelhante que você queira analisar irá levá-lo a “acasos” igualmente notáveis.

A situação dever ser interpretada da seguinte maneira: o falante vinha deplorando o fato de a geração atual de seu povo estar privada de seus plenos direitos; uma nova geração - profetizou ele, como Dido - haveria de vingar-se dos opressores. Nisso ele expressara seu desejo de ter descendentes. Nesse momento intrometeu-se um pensamento contraditório: “Você realmente deseja descendentes com tanta intensidade? Isso não é verdade. Quanto não lhe seria embaraçoso receber agora a notícia de que espera descen-dentes do lugar que você sabe? Não: nada de descendentes… por mais que precisemos deles para a vingança.”

Fonte:
Obras Completas Sigmund Freud: Edição Standard. Vol. VI - Sobre a psicopatologia da vida cotidiana

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Morte...

Hoje tocaremos num assunto um tanto delicado, a morte, mas não vamos ver teorias, filosofias ou qualquer coisa do tipo, serão textos bem interessantes. Leiam e confiram.

II Timóteo 4:6-8
6 Quanto a mim, já estou sendo derramado como libação, e o tempo da minha partida está próximo.
7 Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
8 Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.


~

A morte de Ivan Ilitch

"Era no fim do terceiro dia, duas horas antes da sua morte. Precisamente nesse momento o menino entrou devagarinho no quarto e foi até junto da cama. O moribundo ainda gritava desesperadamente e sacudia as mãos. A sua mão caiu na cabeça do menino e o menino agarrou-a, levou-a aos lábios e começou a chorar.

Nesse instante, precisamente, Ivan Ilitch sentiu-se cair, viu a luz no fundo do negro saco e foi-lhe revelado que, embora sua vida não fosse o que poderia ter sido, ainda podia ser retificada. Pensou: "Isso, que é?" E ficou em silêncio, apurando o ouvido. Então sentiu que alguém lhe beijava a mão. Abriu os olhos, viu o filho e teve pena dele. A mulher veio até ele; olhou-a um instante. Ela o olhava, num desespero, boca aberta, lágrimas quentes no nariz e na face e um olhar dramático. Teve pena dela também.

"Sim, estou a atormentá-los", pensou. "Eles lamentarão, mas será melhor para eles quando eu morrer." Queria dizer isso, mas não teve forças. "Além disso, para que falar? Devo agir", pensou. Com um olhar à mulher, apontou o filho e disse: "Leve-o... Tenho pena dele... tenho pena de você também..." Tentou acrescentar: "Desculpe", mas disse: "Descanse", e fez um aceno, sabendo que Aquele cuja compreensão importaria iria compreender.

De repente sentiu muito vivamente que o que o atormentava e oprimia ia se dissipando, deixava-o por ambos os lados, por dez lados, por todos os lados. Tinha pena deles, devia agir de modo a não feri-los: descançá-los e libertar-se desse sofrimento. “Como é bom, como é simples!”, pensou. “E a dor?”, perguntou. “Que fim levou? Onde estás, dor?”

Prestou atenção à dor.

“Bem, aqui está. E agora? Deixe a dor doer.”

“E a morte... Onde está?”

Procurou o temor cotidiano da morte e não o encontrou. “Onde esta'? Que morte?” Não havia temor, porque não havia morte.
Em lugar da morte havia luz.

- Então era isto! – exclamou de repente, em voz alta. – Que alegria!

Para ele tudo acontecera num instante, e o sentido desse instante não mudou. Para os presentes a sua agonia continuou por mais duas horas. Algumas coisa roncava no seu peito, o corpo escarnado estremeceu. Depois, pouco a pouco, os estremecimentos e os estertores rarearam.

- Acabou! – disse alguém perto dele.

Ele ouviu esta palavra e repetiu-a na sua alma. “Acabou a Morte”, pensou “A Morte já não existe!”

Aspirou profundamente, interrompeu a respiração, inteiriçou-se e morreu."


Fontes:
Parte digitado por mim, parte copiado do blog de Fabio Ricardo R. Brasilino.
http://fabiobrasilino.zip.net/
Tolstoi, Leão. A morte de Ivan Ilitch, tradução de Carlos Lacerda. Lacerda Editores.